Luan Santana

sábado, 3 de abril de 2010


 

Luan Rafael Domingos Santana

¤ 13/03/1991 -  † 11/02/2010
Novo candidato aos 15 minutos desses últimos 15 minutos
Epitáfio: “O passado é lição para refletir, não para repetir
(Mário de Andrade)
O primeiro homem de mídia que existiu foi aquele que inventou a frase fundamental do ramo e a mais citada nos corredores e alcoices do meio: “Nasce um otário por dia”.
Evidentemente que nesses novos tempos de superpopulação, superexposição e super crise educacional, essa frase tem de ser compulsoriamente adaptada para não se perder no próprio sentido: “Nascem milhares de otários a cada minuto”.
Ela explica o fenômeno (no sentido de acontecimento bizarro) Luan Santana e sua meteórica ascenção aos ‘rite pareides’ da mediocridade e da baixa auto-estima, mesmo levando-se em consideração a completa falta de originalidade desse produto insosso, incapaz de empolgar qualquer criatura com mais neurônios que uma ameba.
É o mesmo nhém-nhém-nhém de sempre: baladinhas melosas ou então no melhor estilo “hoje é sexta-feira”, um rostinho fotogênico, uns jeans rasgadinhos, umas entrevistas bancando o bom garoto, violão estrategicamente empunhado. Está tudo lá: o manual de clichês da indústria exercitado item por item, from A to Z!
Do dono da Hilux arrotando no rodízio à mais humilde tiete de celular chinês com dois chips (bru-tu-fe!) emana uma certa unanimidade, da forma como Nelson Rodrigues um dia já definiu: o ‘gurizinho’ é a mais nova brilhante criação dos ‘gênios’ da mídia.
Todo alfabetizado sabe (ou deveria saber) que esta indústria só perde para as farmacêuticas e para as operadoras de telefonia no quesito imoralidade, mas mesmo assim, ainda é de se admirar que em dados momentos tenha a ousadia de desafiar nossa paciência de uma forma tão agressiva, nos dando golpes tão baixos. Sinceramente… mesmo essa mídia corrompida, usada e proxenetada já nos trouxe receitas de bolo menos ruins.
Li outro dia que a venda de antidepressivos têm crescido vertiginosamente (veja matéria) na terra do samba e do pandeiro. É de se entender. Com uma nova geração de ídolos como Luan Santana, a alegria vazia do cloridrato de paroxetina é o derradeiro refúgio da ‘galera de peão’ antes das drogas ou do suicídio… Que opção?

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