A brincadeira da caneta: Minha primeira experiência com o além e o sobrenatural

sexta-feira, 27 de fevereiro de 2009

Fonte: http://mundobizonho.blogspot.com/2009_01_01_archive.html



Várias pessoas já brincaram dessas coisas idiotas durante a sua juventude, seja da brincadeira do copo; do compasso. da caneta, etc.Eu tinha 14 anos e estava na oitava série. Tudo aparentemente normal. Os garotos com aquela aparência medonha, como aqueles bigodinhos sebosos no canto do buço, a perna cabeluda e a clássica "asa", típica de jovens nessa idade. As garotas já começavam a ter sua forma mais arredondada, igual de uma mulher, e também é nessa época que você se arrepende de ter dado um pé no traseiro daquela colega feia na sexta série.Nesse tempo eu não participava de nenhuma "panelinha", eu era o típico "num cheira nem fede", aquele aluno tosco que senta e fica na sua, apenas assistindo a aula. Mas eu me dava bem com muitos da minha turma, sim. A sala era igual a todas as outras de qualquer outra escola comum, tinha as gostosinhas; as patricinhas; os nerds (eu me encaixava nesse grupo apenas em partes, pois eu era uma negação em matemática, mas eles eram com os que eu mais conversava); os manos; os roqueirinhos e acho que era só pelo o que eu me lembre.Estávamos na aula de ciências, a prof. Ana, que foi disparada sem sombra de dúvida uma das professoras mais feias que eu já tive. Ela era baixinha e gorda, toda esculachada e tinha cara que só tomava banho de sábado, possuía leves pelos faciais espalhados pela sua cara e tinha um óculos com um esparadrapo segurando uma haste (a haste da direita), e a parte esquerda do óculos sem haste. Também a lente de um dos lados estava rachada. Nessa época também eu risquei a profissão professor da lista "profissões que podem dar dinheiro."As aulas lá eram uma verdadeira zona, alguns acendiam cigarro dentro da sala, xingavam a professora, etc. Numa dessas, não sei o que um dos colegas disse à ela logo no começo da aula que a deixou extremamente chateada, simplismente saiu rebolando com sua bunda branca e flácida rumo à sua mesa e lá ficou. Estavamos conversando eu, o Marcos (o mesmo do episódio da minha bicicleta que foi roubada), o Anderson (amigão também, desde a segunda série), o Bolinha (que recebera esse apelido devido ao seu nome igual ao do personagem do desenho Luluzinha), a Carol (Meu Deus!) e a Ju (na época eu amava a Ju...Impressionante a minha capacidade de me apaixonar por garotas impossíveis, que apenas olharia para a minha cara caso eu tivesse uma anomalia genética que afetasse minha face.=====PAUSA (deixe-me falar sobre a Ju)=====A Ju era uma garota perfeita, eu a amava desde a segunda série...Possuía uma pele branca alva, longos cabelos lisos loiros que batiam em sua cintura e estavam sempre perfumados, e dois olhos azuis, os mais bonitos que eu já tinha visto em toda a minha vida em 14 anos. Ela era carismática, inteligente e das poucas vezes que conversamos, eu a consegui fazer rir. Eu adorava faze-la rir, era bom saber que se por um lado eu nunca estaria ao lado dela como companheiro, pelo menos poderia tirar umas risadas de seus lábios. Eu nunca contei a ninguém, na época eu era tímido ao extremo e ainda era BV (Boca Virgem), o que é motivo para ter vergonha quando se está na oitava série. Uma vez a vi com um negão, e aquilo me deixou muito triste, foi como sentar em um porco-espinho sem poder gritar de tanta dor. Meu coração ficou emputecido, como lavas vulcânicas vindas diretamente do inferno. Eu não sou racista, mas odeio negão com loira, não acho nada "charmoso" só porque está "na moda" devido as novelinhas da Globo.Nunca beijaria aquela boca dela...A única coisa que tínhamos em comum era a brancura total.=====PLAY (continuando....)=====Era uma sexta-feira e essas eram as duas últimas aulas, porém ainda teríamos uma aula de ciências de reposição. Um falatório na sala e nós contavámos histórias de casos sobrenaturais vividas por nós ou contadas por familiares e também casos famosos. Eu contava e a Ju ria, eu ficava muito feliz. Até que o Bolinha deu a idéia de fazermos a brincadeira do compasso. O que você acha que meia dúzia de jovens com os hormônios à flor da pele sedentos por aventuras decidiram? Topamos na mesma hora, é claro. Porém, ninguém tinha compasso, e, muito menos um copo...Então tivemos a brilhante idéia de fazermos com a caneta. Eu para dar uma de machão na hora ofereci a minha, mas inexplicavelmente não sei como explicar, todas as minhas canetas sumiram, só me restou uma que meu vô me deu naquele mesmo dia. Era uma caneta bonita, muito bonita, daí na hora para eu não dar pra trás fiz com essa mesmo. A Carol fez todo o tabuleiro e tal...Começamos com a clássica pergunta :-Tem alguém aí?- .....Quando derepente a porra da caneta começou a se mover, foi assustador, eu vi que não tinha como alguém manipular aquilo, pois seria muita coincidência todos produzirem uma certa pressão para moverem a caneta em um mesmo lugar né? Para a nossa infelicidade a caneta se moveu para o "sim". Logo depois perguntamos qual era o nome do espírito infeliz que estava ao nosso lado naquela hora...A caneta foi meio que tremendo até a letra E, depois G, novamente E, e por último U. Na hora eu senti um puta de um arrepio na coluna que terminaria mais para baixo dando aquele impressão que você vai é cagar nas calças. Nunca mais esqueci esse nome "Egeu".Um momento assustador foi quando o "Egeu" disse que conhecia minha avó que já havia falecido, fiquei espantado...Claro que era mentira dele e ele tava falando aquilo só para injetar o medo e o espanto em minha cabeça.O tempo estava passando e mais duas pessoas haviam entrado na "brincadeira", a Bruna e o Matheus. Apenas entraram com a autorização do nosso amiguinho camarada.Nós fomos burros demais, fomos pedindo autorização para entrar mais gente sem nos darmos conta se depois ele deixaria todo mundo abandonar o navio. 40 minutos depois, quando fui ver, a sala toda estava participando da porra da brincadeira. A sala tinha mais 40 alunos, e praticamente entrou 1 colega a cada um minuto! Impressionante! Depois até disseram que ele quem induziu as pessoas a participarem (Malandrão, hein?).Daí a hora do fim da aula já vinha se aproximando, já era de noite, estavamos no inverno e todo mundo com o toba na mão, foi aí que os primeiros pediram pra sair (Talvez o Capitão Nascimento tenha se inspirado nele hehehe). Mermão, o cara não tava deixando ninguém sair, já tava todo mundo desesperado, todos haviam tremido na base, arregado, como quiser. A sala toda em nossa volta apreensiva, daí eu não aguentei mais, a pressão era imensa...Levantei e dei um dos maiores pití da história, soltei um belo e sonoro "JÁ CHEGA, PORRA, SEU FILHO DUMA PUTAAA", peguei minha caneta novinha e a ataquei no chão, depois fiquei dando pulinhos em cima dela, semelhante com o que o seu Madruga faz com o chapéus...O silêncio tomou conta da sala, todo mundo me olhando com cara de bunda até que eu disse: "Vamo embora, porra, já chega, acabou!" Não sobrou nada da minha caneta e fomos todos embora com o c* na mão. Cheguei em casa e minha mãe perguntou porquê eu demorei então dei a desculpa clássica de adolescente bizonho que apronta: "Trabalho escolar na biblioteca".Eu não tinha nem coragem de me olhar no espelho, a noite, juro que vi a porta do meu quarto se mexer sem parar, fiquei com um puta medo. Lembro que conversei com meus amigos a madrugada inteira pelo celular...Todos com medo também.Depois disso, nunca mais inventamos nada, até pensamos durante o 2ºcolegial de continuarmos o que não terminou, mas nem todos estavam lá, muitos haviam se mudado de cidade e de escola.Confesso que hoje eu toparia continuar com a palhaçada, digo, digo, "brincadeira", afinal, nós terminamos sem a autorização do tal espírito.Depois disso foram poucas as vezes que me meti novamente nessas coisas, depois posto mais casos aqui.

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