Sonhei sobre a morte - Juliana César

segunda-feira, 9 de novembro de 2009

Hoje sonhei que morri.
Senti uma enorme angústia. Uma saudade sem fim.

Saudade de tudo que nunca mais voltaria.
Escutava as pessoas na rua, conversando e sorrindo, eu estava em uma casa fechada, queria tanto está lá fora, mas não podia, estava morta. Era angustiante, querer, mas não poder estar onde queria.

Pensei nas chances que desperdicei, nos momentos que nunca mais teria. A saudade tomou conta de mim, a dor foi tanta, chorei. Via meus amigos, mas eles não me viam, como eu queria estar ali! Pensava nas pessoas que eu gostava, nunca mais poderia abraça-las, ou conversar, ou sorrir. Como é triste o fim, como quis ter uma chance de voltar!


Tinha uma pergunta que me faziam do lado lá, e minha resposta seria a decisão para o meu destino, se eu iria para o lado mau ou para o lado bom. Então seria ali que eu ficaria por indeterminado tempo. Tive medo, que eu fosse para o lado mau, de não conseguir dizer a verdade, talvez tenha perdido tal virtude com o passar do tempo em minha trajetória. Tudo dependia da minha resposta, se houvesse honestidade, iria para o lado bom, se não, iria pra o lado mau.

No sonho não sabia quanto tempo havia, eles fizeram mistério, também não sabia a causa da morte, alguns me contaram. Foi atropelamento, enquanto eu voltava para minha casa, na rua, a noite, com um carrinho de bebê, me atropelaram na calçada, no sonho me lembrava da cena anterior a morte, mas não, a hora do acidente, lembrava de como eu estava feliz, voltando pra casa junto a minha irmã. Pensei então como foi a reação dela quando me viu morta. Pensei em todos os amigos, parentes, amores, como eles teriam reagido. Entristeci ao pensar na dor da separação, de que nunca mais teríamos momentos juntos, como tivemos várias vezes na vida, que nem sempre demos valor.

Sinto tristeza ao lembrar do que eu senti, do que eu nunca mais veria, e do que eu nunca mais viveria. Acordei com um alívio de que estou viva, e que realmente eu não quero morrer, percebi que ainda tenho muito para viver e para realizar.


As vezes não damos valor a vida, algumas coisas parecem tão supérfluas, esquecemos de que um dia possa nos acontecer, de que uma hora pra outra podemos perder tudo!

Nunca mais viver.

Nunca morremos antes, mas um dia estaremos mortos. Então, vamos viver, amar, sentir tudo que essa vida nos proporciona. É tão simplório viver, e tão angustiante, saber de que um dia não teremos mais a vida.

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